Capitulo
V
Lembra-se de como tudo começou. Foi num dia chuvoso, tinha acabado de chegar á universidade. O chapéu-de-chuva tinha-se estragado e estava toda encharcada juntamente com todos os livros, cadernos e trabalhos que tinha nas mãos, quando tropeçou e cai mesmo numa poça espalhando tudo o que tinha nas mãos.
Começa a chorar, estava sobre grande stress devido a apresentações e frequências. Quando alguém lhe tocou no ombro, assustou-se.
Olha para o lado e repara numa cara masculina sorridente, empresta-lhe o chapéu de chuva. Tinha cabelo preto, todo molhado e agarrado á cabeça.
Quando agarra o chapéu de chuva, sorri-lhe envergonhada.
- espera, levanta-te mas não te vás embora – Pede-lhe o estranho enquanto a ajuda a levantar
Nem tenho tempo para responder, ele começa logo a apanhar as coisas dela espalhadas pelo chão.
Quando já estavam os dois debaixo do chapéu, encaminharam-se para o edifício da universidade em silêncio.
-pronto já chegamos. Muito obrigada. Se não fosse você ainda estava á chuva! – agradece Ana
- não tens que agradecer. Vi-te tão atrapalhada que tinha de te ajudar. E já agora, chamo-me Santiago mas podes tratar-me por Santi.
-Eu sou Carolina. Obrigada ,aos uma vez, mas agora tenho que ir para a aula.
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Santiago já tinha saído do escritório á meia hora, hoje fez horas a mais. São 19h e encontra-se num bar com uma cerveja á frente.
Pena no seu relacionamento com Ana, ela não é capaz de fazer as coisas que ele lhe pede, mantem sempre o trabalho á sua frente. A sua mãe era incapaz fazer isso ao seu pai.
Ainda se lembra de ouvir a sua mãe a chorar, do som do cinto a bater contra a pele enquanto se escondia no roupeiro.
Quando a mãe já não se conseguia levantar, o seu pai dirigia-se ao roupeiro onde estava escondido.
-Anca cá seu bastardo! Vem já aqui! – Gritava o seu pai
Eu ia encolhido sabendo que mal chegasse ao pé dele, ia sentir o couro do cinto na sua pele enquanto a sua mãe já só conseguia murmurar para deixar o menino em paz, que batesse nela.