Capitulo I
Amar não é estar com a pessoa perfeita, é olhar através das imperfeições e mesmo assim querer estar com a pessoa. Mas nem todas as imperfeições podem ser superadas com bom senso. Algumas têm que ser denunciadas…Por mais que se ame… Por mais que custe… mas quando a vida está em risco. Eu pensava que ia passar, a bebida, o stress era desculpa para o seu comportamento… mas com o tempo já não havia motivo para a sua fúria. Parecia simplesmente… rotina.
Ana pensava nas últimas semanas. O terror de ouvir a porta da rua abrir ás 20h, sabendo que era Santiago a chegar, com uma garrafa de Martini na mão e olheiras que lhe ocupavam grande parte do rosto.
Ela sabia que devia ter sempre o jantar na mesa a essa hora, mas tem andado tão sobrecarregada como o trabalho. Normalmente lembra-se e consegue ter o jantar quase pronto ou já colocado na mesa. Mas hoje distraiu-se.
-Oh não! Não tenho o jantar pronto. Não tenho nada preparado! – resmunga Ana para sim mesma- Querido Santi, hoje vais ter que esperar um bocadinho. Hoje tive…
- Mas que porcaria é esta? – Grita Santiago – Não há jantar na mesa? Nem para teres jantar na mesa presta. Devia ensinar-te á minha maneira.
Ana encolheu-se inconscientemente já na cozinha. Ela sabe como é a maneira. Ela já foi apresentada ao seu cinto, á sua fivela. Já sentiu o couro a bater nas suas costas. Já ouviu o som que faz. Já viu as marcas nos dias seguintes.
A vergonha que ela sentiu quando se olhou ao espelho. O não querer sair de casa. O querer ser muçulmana para usar a burca e ter a certeza que não existiam marcas á vista.
Ana volta à realidade quando Santiago lhe aparece à porta da cozinha.
- Só serves para estar sentada! Sem fazer nada! Se não fosse eu estavas sozinha! Ninguém te quer lesma preguiçosa!
Enquanto grita vai deitando tudo o que se encontra perto dele ao chão, vasos com delicadas rosas, cadeiras, frascos de ervas aromáticas, pratos que se encontravam nas bancadas. Ana treme como varas verdes, tenta concentrar-se ao máximo no jantar, mas não é capaz de parar de olhar para a fivela prateada do cinto do seu amor agressivo.
De repente, Santiago para. Vira-se para Ana e com uma expressão vazia fica a olhar para ela. Até que se virou, pegou na garrafa de Martini meio cheia esquecida na mesa do hall de entrada e sai de casa.
Ana respira de alívio, senta-se no chão no meio dos destroços da sua cozinha e chora.
Isto fez-me lembrar aquele filme, o "Safe Heaven" x) Está muito bom :)
ResponderEliminarobrigada.. nunca vi o filme.. não tirei a ideia de lá :P
Eliminargostei tanto deste começo!
ResponderEliminarvou ficar atenta à espera de mais e logo que esteja no pc seguir :))
beijinhos*
obrigada :) espero continuar a corresponder ás tuas expectativas
EliminarR: ando a tentar por tudo ficar bem :D
ResponderEliminarseguii :)
Gostei muito deste primeiro capitulo. Vou seguir os restantes com todo o gosto!
ResponderEliminarSigo o blog :)